Acordei com uma sensação ruim, parecia que minha cabeça tinha 2 metros de diâmetro e eu era uma espécie de JoãoBobo só esperando para ser socado, ir para trás e voltar com um grande sorriso inexpressivo no rosto.
Já que estava nessa, resolvi tirar os primeiros 30 minutos do meu dia para pensar nos meus sonhos, naquilo que estava se passando na minha mente.
Analisar os meus sonhos me fez ficar frustrado, ver o quanto estou me sentindo afetado e como até mesmo meu subconsciente é capaz de me culpar e jogar verdades na própria cara de sua personalidade alfa.
Dentre os que consegui lembrar tinha um de uma falsa alvorada. Minha tia estava em casa para fazer limpeza (*o que não faz o menor sentido, ela nunca trabalharia de diarista*) e meu irmão veio me entregar algo no quarto: Dinheiro e meu CPF.
Ele estava me entregando a mando da minha mãe. Estranho que o CPF estava quebrado, dobrado no meio, e logo me lembrei do momento que emprestei ele e vi minha mãe dobrando o cartão ao meio. Esse fato pequeno por algum motivo me deu muita raiva, além do normal, e fui tirar satisfação. Ela saia, estava fugindo de uma situação que tenha de conversar comigo, como sempre faz, e eu fui tomado de uma impaciência que me levou a pular pela janela do quarto afim de chegar antes dela no andar de baixo para tirar satisfação.
Ouvi uma frase que não fazia o menor sentido para justificar: "você me emprestou o cartão, e cartões não servem para isso? para dobrar e guardar?"
Minha resposta foi algo como: "Ah, se é assim vou pegar seus cartões de crédito e dobrar para ver se você vai gostar"
Agora que paro para pensar, foi uma cena típica. Uma discussão por uma coisa pequena em que os dois levam a sério demais. Com a diferença que estávamos sendo notados pela vizinhança inteira, ela na rua e eu por cima de um muro gritando um para o outro.
Desse primeiro pedaço do sonho eu percebi uma mensagem do meu subconsciente. Ele queria dizer que eu foco nas coisas erradas, me apego a pequenos detalhes que não tem a ver com a situação principal e fico direcionando meus sentimentos de forma errada. No sonho quando acordei estava frustrado da mesma forma que agora quando acordei realmente, a prova era hoje e não me senti preparado a ponto de não comparecer, mas minha reação foi direcionar essa frustração para ser descontada em uma situação pequena, fazer todos pagarem por isso mesmo sem entenderem, e agir como se estivesse descontando nos outros.
Muito egoísta, o caráter egocêntrico que percebo nessas palavras me enoja profundamente. (*em tese, esse texto inteiro me enoja profundamente, tudo girando apenas no "Eu"*)
Após umas ações sem sentido no sonho, eu me vi dentro do carro que minha mãe estava de saída. Algo parecido com uma minivan. Meu irmão iria com ela, minha mãe dirigindo e ele, por algum motivo, em algum dos bancos traseiros.
Em seguida veio uma situação estranha: senti vontade de não o deixar ir sozinho atrás, como se pensasse que estar sozinho fosse algo negativo, então entrei do outro lado e sentei em um dos assentos ao lado dele e como no facebook mandei um "like" para ele, como se dissesse "estou aqui, vamos lá, você não está sozinho".
Automaticamente, vendo que já tinha alguém atrás, ele passou para o banco dianteiro. E eu fiquei atrás, meio sem reação, pensando "quem vai dar 'like' para mim aqui atras sozinho?"
Se solidarizar e tentar fazer algo pelo próximo. Pode até ser uma atitude nobre, mas não parece ser uma atitude que se deva tomar. Acho que sonhei com isso por causa das decepções que passo quando estou em casa. Aprendi que não importa se o outro não está em boa situação, se mobilizar em favor dessa pessoa não fará a menor diferença e ele não se mobilizará a seu favor em recíproca, mesmo sendo sangue do seu sangue.
A sensação de "Estou sozinho fazendo algo inútil por alguém que não será nem sequer reconhecido" permeia evidentemente o ar, assim como no sonho.
A última parte do sonho era em viagem nesse carro, ainda na vizinhança, com o GPS ligado mostrando um lugar para ir. Tudo corre normal, o ponto final parece visível, mas quando entramos em determinada rua no meio do caminho, o GPS fica louco e começa a piscar vários pontos do mapa diferentes, como se estivesse perdido ou com interferência. Mas isso só acontece naquela rua.
Foi como se me dissesse "você tem um objetivo que demarcou, mas perde completamente o rumo e fica perdido, sob interferência externa, quando chega em determinado ponto"
O problema é que essa interferência em geral me impede de continuar.
Sinceramente pensei em não postar, não escrever, omitir uns 75% do que está escrito aqui. Mas daí perderia o propósito do blog, que é justamente atuar como terapia e escrever aquilo que me dá vontade de expor de alguma forma. Coisas que não seriam ditas em palavras faladas.
Mas acho que hoje não vou alcançar meu objetivo, pois continuo pesado como se tivesse os bolsos de um sobretudo cheio de pedras maciças me fazendo ficar parado em um único ponto sem conseguir sair do lugar.
Esperar e ver o que acontecerá e como desenrolará os fatos...